Mais que Troca de Comando: O Grito Silencioso por Segurança e Dignidade em Camaçari
Mais que Troca de Comando: O Grito Silencioso por Segurança e Dignidade em Camaçari

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Artista Plástico e Embaixador dos Direitos Humanos
Na manhã da última quinta-feira (12), Camaçari presenciou um ritual de farda e responsabilidade: a cerimônia de troca de comando do 12º Batalhão da Polícia Militar da Bahia. O evento, realizado no Colégio Estadual de Tempo Integral Gonçalo Muniz, reuniu autoridades, militares e representantes civis, simbolizando mais do que uma simples mudança operacional — representando, para muitos, uma esperança renovada de segurança e presença do Estado.
O tenente-coronel Roberto Pinto de Castro assume a liderança da corporação, trazendo no currículo especializações em segurança pública, trânsito, ações de choque e planejamento estratégico. Mas, mais importante que o peso dos títulos, é o desafio humano que se impõe: comandar não apenas viaturas e tropas, mas reconquistar a confiança de uma população marcada pela insegurança, desigualdade e medo constante.
O comandante anterior, tenente-coronel Ricardo Márcio Vieira Santana, destacou sua gestão pela integração de forças e pelo fortalecimento de ações preventivas — como o Proerd e a recuperação de veículos, armas e entorpecentes. No entanto, o verdadeiro campo de batalha continua sendo o cotidiano das comunidades: onde o tráfico recruta antes da escola, onde o silêncio fala mais alto que a denúncia e onde crianças aprendem a temer sirenes antes mesmo de ler.
O prefeito Luiz Caetano reafirmou que segurança pública é uma agenda coletiva, não apenas institucional. Uma fala que precisa sair do cerimonial e chegar às vielas, becos e bairros periféricos — onde a ausência do Estado é sentida não pela falta de farda, mas pela falta de oportunidades.
Como jornalista e embaixador dos direitos humanos, reforço: não basta prender, é preciso prevenir; não basta punir, é preciso educar; não basta vigiar, é preciso escutar. A missão da PM não deve ser apenas operacional, mas profundamente social e humana. O policial que anda pela rua não deve ser visto como ameaça, mas como protetor. Para isso, é preciso respeito mútuo, empatia e compromisso com a vida.
Camaçari não precisa apenas de um novo comandante. Precisa de uma nova relação entre segurança e cidadania. Uma polícia que veja a farda como instrumento de paz, não apenas de força. E uma comunidade que se sinta parte do processo, e não alvo constante dele.
“Segurança pública de verdade não se mede apenas por armas apreendidas — mas por vidas preservadas, sonhos protegidos e pontes construídas entre o Estado e seu povo.”
"Que Deus abençoe essa nova jornada com sabedoria, justiça e coração aberto — pois liderar é mais que comandar: é servir ao povo com alma e coragem." Jornalista Nilson Carvalho
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Fotos: ASCOM – CAMAÇARI
Foto: Juliano Sarraf
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