Copa do Mundo de Clubes: Quando o Futebol Também É Sobre Justiça, Identidade e Pertencimento

Copa do Mundo de Clubes: Quando o Futebol Também É Sobre Justiça, Identidade e Pertencimento

Copa do Mundo de Clubes: Quando o Futebol Também É Sobre Justiça, Identidade e Pertencimento
Copa do Mundo de Clubes: Quando o Futebol Também É Sobre Justiça, Identidade e Pertencimento (Foto: Reprodução)

À primeira vista, a Copa do Mundo de Clubes da FIFA pode parecer apenas mais um espetáculo esportivo. Um evento milionário, televisivo, que consagra gigantes do futebol e faz girar a engrenagem da indústria do entretenimento global. Mas para além dos holofotes e dos gritos de gol, existe uma camada mais profunda e muitas vezes ignorada: a Copa é também palco de disputas simbólicas, de afirmação cultural e de resistência social.

Quando um clube latino-americano, africano ou asiático entra em campo contra os grandes da Europa, o que está em jogo não é apenas um troféu — é o reconhecimento global de uma história, de um povo, de uma realidade marcada por desigualdades, mas também por paixão, superação e talento. É o menino da periferia, com o pé descalço, que vê no gramado um reflexo de seu sonho. É a favela, a aldeia, o sertão, que se sente representado no drible ousado ou no grito da torcida.

A Copa de Clubes carrega um simbolismo que vai além da competição. Ela representa a chance de romper com o monopólio narrativo dos grandes centros, e mostrar que o futebol não nasceu em escritórios de patrocínio, mas nas ruas de barro, nos campos improvisados e nos corpos que aprendem a arte da bola como sobrevivência.

Por isso, quando um clube do Sul global vence, é mais que uma vitória esportiva — é um recado ao mundo: nossa história também merece ser contada. Nosso suor também merece ser celebrado. Nossa cultura também sabe ser campeã.

Contudo, é impossível ignorar os bastidores. A concentração de riqueza nos clubes europeus, as desigualdades de investimento, a elitização do futebol e a exclusão de torcedores populares dos grandes palcos continuam sendo desafios urgentes. O esporte que nasceu como expressão do povo precisa se reconciliar com suas raízes e seus valores humanos. Não se pode falar de futebol global ignorando as injustiças locais.

A Copa do Mundo de Clubes é necessária. Mas ela precisa ser mais justa, mais acessível, mais plural. Porque o futebol, em sua essência mais pura, não é sobre cifras — é sobre gente.

"O futebol que emociona o mundo nasceu nos becos da desigualdade — e só será verdadeiramente campeão quando todos puderem jogar, torcer e vencer."

Foto: Internet

Jornalista Malu Araújo TVBahia3


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