Cannes Desmascara Ilusão Digital: Quando Criatividade Sem Ética Derruba o Brasil do Pódio

Cannes Desmascara Ilusão Digital: Quando Criatividade Sem Ética Derruba o Brasil do Pódio

Cannes Desmascara Ilusão Digital: Quando Criatividade Sem Ética Derruba o Brasil do Pódio
Cannes Desmascara Ilusão Digital: Quando Criatividade Sem Ética Derruba o Brasil do Pódio (Foto: Reprodução)

Por Nilson Carvalho – Jornalista, Embaixador da Cultura e dos Direitos Humanos

Num tempo em que a Inteligência Artificial desafia os limites da criação, a ética se torna o último fio que separa o gênio do engano. O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, referência máxima da publicidade mundial, retirou dois dos principais prêmios concedidos à agência brasileira DM9 por uso indevido de IA e manipulação de dados.

A campanha “Efficient way to pay”, criada para a Consul, perdeu o Leão de Bronze e o cobiçado Grand Prix em Creative Data. O motivo? Segundo os organizadores, o videocase apresentou eventos simulados como se fossem reais, além de dados falsos de desempenho. Em outras palavras: a criatividade foi usada para enganar — e não para inspirar.

O escândalo abalou o prestígio da agência e afetou diretamente a imagem do Brasil na premiação. Outros dois projetos – “Plastic blood” e “Gold=death” – também foram retirados da competição pela própria DM9, após admitirem que o nível de legitimidade não correspondia aos padrões éticos exigidos. Com isso, o Brasil perdeu dez Leões de uma só vez, um duro golpe para um país que costuma brilhar no evento.

O então líder criativo da agência, Ícaro Doria, foi afastado e apontado como o responsável direto pelas falhas. Mas o episódio transcende nomes e prêmios. Ele levanta uma pergunta urgente:

Até onde estamos dispostos a ir para vencer?

A era da IA trouxe possibilidades antes inimagináveis — mas também exige transparência, responsabilidade e verdade. Criatividade sem ética é falsidade premiada. E o maior troféu que qualquer profissional pode conquistar ainda é a credibilidade.

No mundo real, onde campanhas influenciam decisões, formam opiniões e moldam comportamentos, a confiança não pode ser tratada como efeito especial. O público merece autenticidade. E os profissionais, antes de qualquer algoritmo, precisam carregar algo que não pode ser simulado: honestidade.

Em tempos de inteligência artificial, que nunca nos falte a inteligência emocional e moral de sermos, acima de tudo, honestos. Compartilhe. A ética ainda vale mais que o ouro.

Foto: Internet


www.papodeartistabahia.com.br

Comentários (0)