Remo na Bahia: A História que Navega Entre Tradição, Cultura e Resistência

Remo na Bahia: A História que Navega Entre Tradição, Cultura e Resistência

Remo na Bahia: A História que Navega Entre Tradição, Cultura e Resistência
Remo na Bahia: A História que Navega Entre Tradição, Cultura e Resistência (Foto: Reprodução)

Antiga sede do Itapagipe no final de linha da Ribeira. bons tempos de bailes, serestas e atividades esportivas.

Por: Jornalista Nilson Carvalho & Malu Araújo

A Bahia não é feita apenas de praias, axé e festas populares. Suas águas guardam também uma história de superação, paixão e tradição: a trajetória do remo, um esporte que marcou gerações e ajudou a construir a identidade cultural do nosso estado.

No Programa Papo de Artistas e na TV Bahia 3, sob a coordenação dos jornalistas Nilson Carvalho e Malu Araújo, o repórter Evilásio Fonseca nos convida a embarcar nesse barco histórico que navega pelas águas da Raia dos Tainheiros, na Ribeira, onde nasceram os grandes clubes e se forjou a memória do remo baiano.

Os Primeiros Clubes: Herança e Paixão

Tudo começou em 1º de setembro de 1902, quando Torquato Corrêa, após remar no Flamengo (RJ), trouxe a paixão pelo esporte para Salvador. Assim nascia o Clube de Regatas São Salvador, impulsionando a prática do remo em uma cidade que, até então, tinha apenas a pequena flotilha do Esporte Clube Vitória.

O Vitória, fundado em 1899, além de se consagrar no futebol, construiu uma história gloriosa também no remo. Com a criação da sua seção náutica, o clube conquistou o título de “campeão de terra e mar”, levando a força rubro-negra das arquibancadas para as águas.

Outro destaque foi o Esporte Clube Santa Cruz, fundado em 1904, que marcou época ao conquistar a Taça Maria Luíza em 1931 e dominar as regatas por anos consecutivos, tornando-se referência no remo baiano.

Já o Clube de Regatas Itapagipe, nascido em 7 de setembro de 1902, simbolizou o orgulho da Península Itapagipana, colecionando títulos, inclusive um deca campeonato baiano, e resistindo às dificuldades com o apoio de apaixonados pelo esporte.

 A Federação e a Resistência

Hoje, a Federação de Clubes de Remo da Bahia, sob a liderança de Adroaldo Mendonça Jr., enfrenta o desafio de manter viva essa tradição centenária. Entre altos e baixos, o remo resiste como patrimônio cultural, esportivo e afetivo do nosso povo.

Mais do que um esporte, o remo é a metáfora da vida: exige força, disciplina, união e superação. Cada remada é uma vitória contra a maré da indiferença que muitas vezes ameaça apagar a nossa memória.

Se a Bahia é conhecida por sua cultura, não podemos esquecer que nas suas águas corre também a história do remo. Compartilhar essa memória é remar juntos contra o esquecimento.

 “A História do Remo é a história da Bahia. Vamos remar unidos para que essa tradição nunca afunde no silêncio da indiferença.”

“As sedes que um dia foram templos de glória hoje clamam em silêncio: o remo baiano, orgulho das águas, não pode morrer na indiferença.”

Fotos: Repórter Evilásio Fonseca


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